segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
1ª Bienal Internacional de Arte de Rua em São Paulo acontecerá em 2010
Saindo de muros espalhados pela cidade, a street art, que envolve diversas manifestações estéticas, entre elas o grafite, será a base da I Bienal Internacional de Arte de Rua em São Paulo, hospedada no MAC (Museu de Arte Contemporânea), na segunda metade de 2010. "Retomaremos a história do movimento", disse o grafiteiro Rui Amaral, um dos coordenadores do projeto. O evento reunirá 50 nomes nacionais e internacionais. Amaral cuida da curadoria junto aos também grafiteiros Celso Gitahy, Binho Ribeiro, Ozéas Duarte, Samir Mauad, Tikka Meszaros e Tinho. De acordo com Rui, a equipe vem trabalhando no projeto há um ano e pretende realizar uma série de eventos ao longo de 2010 - um deles seria "regrafitar" trechos do Minhocão e do buraco da Paulista. "Tem muito espaço público que pode ser organizado por nós", diz Amaral, conhecido, entre outros trabalhos, por ter sido um dos nomes a dar uma "mão" artística ao hoje popularizado point de grafite Beco do Batman - que antes da chegada das latas de spray, nos anos 1980, era somente mais um local esteticamente abandonado da capital paulista.
E é sobre a questão da revitalização dos trechos da cidade que os organizadores da Bienal querem discutir. Mais ainda: mostrar a importância desse tipo de arte e a forma com a qual ela se relaciona à cidadania. "Queremos discutir a cultura e como isso pode envolver a todos", diz o curador. Para isso, a Bienal contará não apenas com mostras dos trabalhos de grafiteiros, mas também com palestras e discussões que abordarão esses temas. Entre os parceiros e patrocinadores da empreitada estão a marca de tintas Suvinil, o Senac SP, o MAC, e a prefeitura de São Paulo. Rui Amaral afirma que os recursos para a BIAR ainda estão sendo captados e que o tamanho do evento dependerá, logicamente, da verba adquirida.
Muitos foram os anos em que esse tipo de manifestação artística era visto com olhos pouco amigáveis por grande parte da sociedade. Contudo, ao que parece, os preconceitos estão sendo, de tempos em tempos, deixados para trás e a realização de uma Bienal dedicada a ela vem com o intuito de mostrar que a arte de rua é detentora de conteúdo cultural de grande valor (assim como qualquer outra expressão artística), e que, por isso, deve ser valorizada. "O grafite verdadeiro não vai pedir permissão e muitas vezes você não vai gostar. Agora, a arte de rua são as pessoas pintando sem repressão, para deixar a cidade mais bonita", argumenta Amaral.
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